quinta-feira, 10 de julho de 2008

la valse d'amélie

"a felicidade é o fim último em nossa existência, aquilo em relação a que todas as outras coisas são apenas meios, fins subalternos e provisórios, ao passo que ela é um fim absoluto e não é meio para nada mais”. (philippe van den bosch)

porque felicidade é o objetivo maior de todo ser humano, mas ninguém nunca soube explicar o que ela é. todo mundo sabe que é um estado de espírito, que são momentos felizes em que a gente sente que está completo, satisfeito, que os nossos desejos se realizaram. mas como é a felicidade? porque, até onde me diz respeito, o homem nunca se satisfez com nada. depois de alcançar a felicidade, sempre queremos mais.

eu quero mais.
e não é porque hoje eu estou feliz. nem estou, na verdade. me falta o pedaço-todo. hoje, só aquela felicidade não vai me ser suficiente. ela era, pra mim, só o meio pelo qual eu pretendo chegar no fim último da minha existência. e isso não depende só de mim. afinal de contas, de que adiantariam os joguinhos de amélie poulain se nino quincapoix não estivesse disposto a jogá-los?

se ele não estivesse disposto a se apaixonar? isso sim, seria triste. ah, e como seria...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

T.O.C.: 10 manias minhas que ninguém conhec[ia]

1) eu nunca deixo o status do meu msn online. nunca, em hipótese alguma. fico com vergonha de deixar meu bonequinho "nu". por isso, sempre coloco uma plaquinha, ou de ausente ou de ocupado, na frente dele;

2) quando estou descascando uma laranja, a casca tem que sair inteira. se a faca escorrega e corta fora um pedaço da tripa da casca, acabou a brincadeira. joga a laranja fora e descasca outra;

3) etiquetas me dão nos nervos. não fique de costas pra mim com a etiqueta da camiseta pra fora. é triste ter que suportar aquela pessoa sentada na minha frente no ônibus com aquela etiqueta da clock house saltando pra fora da gola esgaçada;

4) odeio que sirvam mais de qualquer que seja o líquido que eu estou bebendo enquanto meu copo ainda não está vazio. por alguma razão, eu fico com nojo quando mistura o "velho" com o "novo";

5) raramente uso meu nome verdadeiro em orkut, msn, twitter e o caralho a quatro. não porque queira privacidade. simplesmente porque me incomoda ver meu nome estampado ali;

6) quando eu perdia uma pecinha de um joguinho, a única solução era juntar tudo e doar/jogar fora. nunca montei um quebra-cabeça que tivesse faltando uma peça;

7) eu não uso a mesma faca pra passar duas coisas diferentes no pão. a da margarina é só pra margarina e a do requeijão só pro requeijão. passa geléia com a faca suja de manteiga se quiser enfrentar a minha ira;

8) odeio barulho de relógios;

9) não sou egoísta. não tenho problema nenhum de dar um pedaço do que quer que eu esteja comendo no prato, contanto que seja com o garfo da própria pessoa. o meu não entra na boca de ninguém além da minha. questão de higiene;

10) quando vou ao mcdonald's, derramo as batatinhas dentro da parte de cima da caixinha do meu sanduíche. não tenho muita paciência pra ficar enfiando a minha mão enorme dentro daquele envelopezinho nada anatômico.

terça-feira, 1 de julho de 2008

do que a física não explica [parte 1]

são esses mistérios do dia-a-dia que ninguém consegue explicar, mas que todo mundo já presenciou. um pombo cagar na tua camisa nova bem no dia daquela entrevista de emprego; teu chefe resolver te pedir aquele relatório bem no dia em que a porra do cliente te mandou a arte de volta cheia de correções pra serem feitas; o ônibus passar do outro lado da rua no exato instante em que tu coloca o pé na faixa de segurança pra atravessar...

dia desses eu passei por uma situação dessas. acordei, tomei meu banho e a bosta já começou. tenho o péssimo hábito de escovar os dentes no chuveiro. o processo é o seguinte: eu entro no banheiro, ligo o chuveiro e, enquanto a água quente não começa a sair do jeito que eu gosto - na temperatura que deixa o ombro da gente vermelho, sabe? - eu coloco o creme dental na escova, tiro a roupa e faço o meu xixi matinal. religiosamente. debaixo do chuveiro eu escovo os dentes e, antes de começar a lavar o corpo, jogo a escova por cima da porta do box pra que ela caia dentro da pia.

nunca errei. nem uma vezinha... mas naquele dia obviamente alguma bosta tinha que acontecer: ao invés de ouvir o som metálico da escova dançando dentro da pia, qual não foi a minha surpresa ao ouvir um ploc de algo caindo dentro da água. "putaquemepariu", pensei cá com meus botões. com tanto lugar pra ela se jogar, onde mais ela poderia cair senão dentro da privada?

okay, ótimo. depois de, com muita relutância, tirar a escova de dentes de lá, voltei ao meu banho. a rotina seguiu normalmente a partir de então. até onde se pode chamar o meu cotidiano de normal. alguns minutos depois, estou em frente ao espelho secando os cabelos - não por causa do frio, mas porque eu sou tosco e não saio de casa com o cabelho molhado mesmo -, já sem nem lembrar do episódio com a escova de dentes. quando começou a sair fumaça do secador da minha mãe eu até que comecei a pensar que alguma coisa tava errada naquele dia, mas nem isso me fez desistir. comi meu sanduíche, tomei meu café e coloquei o pé na rua... dentro de uma poça d'água. meu allstar, branquinho, encharcado.

cogitei me enfiar de volta debaixo das cobertas; afinal, estava na porta de casa. refleti. quem sabe o dia não melhora, pensei. voltei pra dentro, troquei de tênis correndo e voei pro ponto de ônibus pra pegar o primeiro que passasse. só que o primeiro que passou - e que eu peguei sem nem ler o nome - ia na direção oposta ao meu destino.

não teve jeito. saltei do ônibus, voltei pra casa, liguei pro trabalho e avisei que não iria. eu, einh? depois desse monte de aviso da lady murphy, o melhor mesmo é ficar em casa.